FAU-UFJF
2° lugar Concurso Nacional
Proposta para a nova sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, projetar um lugar que ensinasse a projetar, nossa proposta se ampara no exercício de pensar o "vazio", refletir sobre a força dos "limites", propor um edifício que fosse por si só uma cotidiana aula sobre arquitetura: que ensinasse através de suas expressões, das relações espaciais e de seu silêncio.
“Eu penso em escola como um ambiente de espaços onde se é bom aprender. As escolas começaram com um homem, que não sabia que era professor, discutindo suas percepções debaixo de uma árvore com uns poucos que não sabiam que eram alunos... Em pouco tempo, espaços foram erguidos e apareceram as primeiras escolas.”
Kahn, Louis (Forma e Design).
A proposta para a FAU se constrói a partir da inserção de diferentes volumes que foram sendo dispostos no terreno; com isso os espaços habitáveis entre as coisas ganham destaque e se tornam os locais onde a arquitetura se expressa. Assim, os recintos passam a se configurar através dos limites, os vazios esperam por interpretações e apropriações diversas e o espaço passa a se desenvolver propício às manifestações de espontaneidade e criatividade que asseguram liberdade e convivência democrática aos usuários. Acreditamos que espaços com essas características podem se transformar em locais onde se é bom aprender, como debaixo de uma árvore.
Ao centro, encontra-se o vazio, a praça; que descortina-se ao vencer os limites, o ‘muro’; representado por um paralelepípedo de concreto que abriga o setor administrativo. Transpor este volume será uma caminhada inusitada que te levará a um espaço composto por complexas tensões espaciais e também responsável por toda a organização do edifício. Ao redor dessa praça se desenvolve o programa, as circulações e às conexões necessárias e essenciais.
Neste nível rebaixado desenrola-se programas mais informais e de vivência comum, além da pós-graduação e sala para os professores que se posicionam de maneira mais reservada.
No nível superior voltado para a praça encontra-se a administração de um lado, do outro, sob pilotis uma área de convivência, estudos e para confecção de trabalhos aberta e bem despojada, destinada ao fazer arquitetura fora da sala de aula. Este se conecta diretamente com os laboratórios de maquete e conforto ambiental. Até aqui, estamos tratando de volumes que se expressam através da materialidade do concreto aparente, que guarda em suas imperfeições a marca de seu processo construtivo.
Nos níveis superiores o tratamento é outro, o aço torna-se protagonista, tirando partido de suas peculiaridades visuais e técnicas permite que os volumes se expressem com ousadia, leveza e delicadeza. Estando visível todos os detalhes que representam a tecnologia que envolve o uso deste material. São dois volumes separados por um bloco que contem as circulações verticais, áreas hidráulicas, de apoio e técnicas, proporcionando mais eficiência a arquitetura proposta.
De um lado o grande paralelepípedo abriga as mais diversas salas de aula exigidas no programa base, do outro o volume menor que, além de abrigar o auditório, conserva parte da praça coberta. Estes volumes são tratados de maneira bem semelhante, uma membrana metálica as mantém com o mesmo aspecto homogêneo e permeável, além de protegê-las contra as intempéries climáticas e permitir uma exitosa circulação do ar.
Os materiais que compõe o complexo foram escolhidos, a partir de suas características, para que o edifício alcançasse a máxima eficiência em relação a diversos fatores, como: energia, captação e reaproveitamento da água das chuvas, baixa manutenção, dentre outras.
Trabalhamos com o objetivo de tirar o máximo proveito das peculiaridades naturais oferecidas pelo terreno, como por exemplo a abundante mata tropical que faz divisa na face mais ao sul. A partir dessa percepção essa paisagem desenvolveu-se como uma das principais diretrizes da concepção espacial e formal da proposta. A mata, tornou-se parte do projeto, transformou-se em plano de fundo da arquitetura. Buscamos ainda criar uma boa relação com o entorno, mantendo às características ortogonais presentes nas formas, mesmo tendo o intuito de se criar uma ruptura, entendendo que a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo dever possuir uma forte expressão que represente esta expressão da arte.
Em parceria com: Naiara Valéria e André Miguel Coronha
Localização: Juiz de Fora, MG, Brasil




















